Cultura Afrodescendente é tema do Ambiente de Transformação

Ao longo do primeiro semestre de 2017, a frente Ambiente de Transformação da Ação Social do Colégio Cruzeiro - Jacarepaguá, instituição mantida pela Sociedade de Beneficência Humboldt (SBH), se dedicou ao estudo do continente Africano e da cultura afrodescendente. O grupo, formado por jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de estudar quando crianças ou não concluíram os estudos até o 5º ano do Ensino Fundamental, está explorando o tema de maneira interdisciplinar com aulas de Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências Naturais, Informática, Educação Ambiental e Música.

"Ao trabalharmos o tema afrodescendência, seguindo a Proposta Pedagógica de 2017, aprofundamos os conteúdos sobre o continente africano como localização geográfica (rosa dos ventos, mapa mundi, mapa do continente etc), nomes dos países, bandeiras, povos, animais, música, dança, culinária e riquezas minerais", explicaram a professora Liliana Freitas e Sonia Ferreira.

A iniciativa integra a proposta da ONU para a Década Internacional dos Afrodescendentes (entre os anos de 2015 e 2024) e envolve toda a comunidade escolar do Colégio Cruzeiro - Jacarepaguá. O objetivo da ONU com a Década é reconhecer a contribuição dos povos afrodescendentes para a sociedade mundial, assim como promover a sua plena inclusão e o combate ao racismo, à discriminação racial, à xenofobia e à intolerância. O Brasil tem a maior população de origem africana fora da África e, por isso, a cultura desse continente exerce grande influência na cultura nacional.

"Os Anos Internacionais, os Dias Internacionais e as Décadas Internacionais devem ser vistos como fundamentais não só pelos valores intrínsecos que apresentam, mas, sobretudo, por estarem vinculados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e ao Eixo de Apoio 'Sistema ONU e seus propósitos'", afirmou Luciane Hentschke, Coordenadora da Ação Social.

Em maio, com a visita à Mostra Cultural e Feira do Livro do Colégio Cruzeiro - Jacarepaguá, cujo tema foi a África, o grupo conheceu a influência da cultura afrodescendente no Brasil, inclusive em formas de expressão famosas, como a capoeira. Os integrantes da frente também aprenderam sobre o Jongo, ritmo que teve suas origens na região africana do Congo-Angola, mais tarde apresentado por eles no Arraiá 2017 do Colégio, em junho. Durante a festa junina, além de caracterizarem-se com vestimentas típicas, o grupo também portou adereços que faziam referência ao tema estudado: eram Abayomis, bonecas de pano confeccionadas por mães africanas durante a travessia do Atlântico, na época da escravidão.

"Eu fiquei encantada com a história da África. As condições de vida dos negros eram tristes. Os navios vieram da África com os negros escravizados, vinham as mães, os pais e as crianças sofrendo com fome e sede. As mães das crianças faziam a boneca Abayomi, com tecido de suas saias, para as crianças brincarem. A partir daí comecei a fazer as bonecas para dar às crianças com câncer. Até agora já fiz 60 bonecas Abayomi", contou Carmen Cristina Di Sírio, aluna do projeto.

Além dos aspectos culturais, a fauna africana foi abordada com atividades que envolveram as linguagens verbal e não verbal (imagens, música, nomes dos animais, frases e textos curtos). Nas aulas de Informática, o grupo assistiu a um vídeo sobre animais africanos e pesquisaram informações sobre os que mais despertaram seus interesses. A pesquisa foi transformada em um vídeo, produzido pela Professora Juliana Camara, de Informática. Em seguida, os alunos criaram coletivamente uma história sobre alguns dos animais pesquisados e, em duplas, criaram cenas e a narrativa para histórias em quadrinho sobre o tema.

A culminância do projeto foi realizada em dois momentos. No dia 17 de agosto, o grupo restaurou a pintura de um quadro gigante que retrata a "Formação do Povo Brasileiro", feito pelos alunos do Ambiente de Transformação no ano de 2012. Utilizando materiais recicláveis, entre eles o plástico, os alunos retrataram a convivência de indígenas, europeus e africanos.

"Foi a primeira vez que eu pintei um quadro em grupo, foi uma experiência ótima", afirmou Francisco Justino da Silva. "Foi um momento gostoso que ajudou a conhecer mais os amigos", completou Luzia Joana Martins.

No dia 31 de agosto, todos reuniram-se na Sala de Educação Ambiental com o Professor José Henrique Brum, onde trocaram curiosidades sobre a culinária Africana e tiveram a oportunidade de degustar algumas dessas comidas, preparadas pelos próprios alunos no fogão à lenha. Durante o encontro, o grupo também apresentou livros de receitas com pratos de origem africana que haviam pesquisado e editado na aula de Informática.

"Eu gostei de todas as receitas africanas. Muito gostosas, uma melhor do que a outra. Fiquei sem saber qual delas escolher para depois fazer em casa. Foi muito bom fazer esse trabalho na aula de Informática e depois ler para a turma. Gostei muito!", disse Neusa Angelo Barbedo.

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