Autor Gustavo Bernardo é entrevistado por alunos do Ensino Médio

Os alunos da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Cruzeiro - Jacarepaguá receberam, no dia 23 de agosto, o professor e escritor Gustavo Bernardo, autor do livro "A filha do escritor", adotado na série. O encontro ocorreu no Auditório Alexander von Humboldt e foi organizado pela Coordenadora de Língua Portuguesa e Literatura, Leila Noronha, em parceria com a Coordenação do Segmento.

Doutor em Literatura Comparada, Gustavo Bernardo é professor da UERJ, romancista e escritor de literatura infantil e juvenil. Com suas obras, já recebeu o Prêmio Literário Biblioteca Nacional, o Prêmio Orígenes Lessa - o Melhor para o Jovem, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), e foi indicado para o Prêmio Jabuti.

Ele iniciou a conversa contando um pouco sobre os motivos que influenciaram sua escolha pela profissão. "Desde criança já tinha paixão por livros, mas cursei Engenharia Civil. Após dois períodos, percebi que estava no lugar errado e fui atrás do meu sonho. Prestei vestibular e iniciei Letras; em paralelo, já escrevia livros. Eu gostaria de ser apenas escritor, mas no nosso país são poucos os que conseguem viver de livros, em sua maioria têm outra profissão", contou.

Durante o encontro, os alunos puderam saber um pouco mais sobre o processo criativo do autor, fazer perguntas sobre sua vida e obra, assim como conhecer as dificuldades e as conquistas da carreira de um escritor. Segundo Leila Noronha, a atividade tem o intuito de apresentar aos alunos a vida de um escritor e como ocorre a criação literária. "O contato público-autor é sempre enriquecedor, em especial porque, de certa forma, também é um incentivo para a leitura e produção de textos", destacou a coordenadora.

Ao final da entrevista, os alunos apresentaram a Gustavo Bernardo poemas que eles fizeram a partir da leitura do livro. O autor ficou bastante emocionado e comentou: "É muito bom ver que ainda existem escritores e de qualidade como vocês, fiquei realmente tocado pela construção dos poemas", relatou.

Veja os poemas que os alunos apresentaram ao autor e as fotos do encontro.

I - A filha do escritor
Autores: Arthur Roma, Carina Abdon, Carolina Hermes, Maria Eduarda Abibe, Isabela Neimi e Gabriel Brito

Meu caro, hei de reportar
Outra tragédia como a de la mancha,
Por excesso de leitura,
Mais uma mente se desmancha.

À espera de seu pai,
Lívia se "hospeda" em ltaguaí,
Abalando a Casa Verde,
Pois beleza maior nunca se viu por ali.

Afirma ser filha de Machado
Aquele mesmo, o de Assis.
Enquanto o médico designado,
Pergunta-se: "O que foi que eu fiz?"

O que fizera ele, doutor Joaquim,
Para merecer tamanha agonia?
Enamorar-se da paciente,
Que, inocentemente, sorria.

Sorria para seu filho pequeno,
Um menino chamado Luís,
Ter visto a criança?
O doutor bem que quis.

Os dias se passam, e Lívia
Insiste em viver cem anos atrás,
Mal entende que, cada vez que a vê,
Seu médico lhe quer mais.

Encantado por sua inteligência,
Seduzido por sua beleza,
Incapacitado em sua incumbência,
O doutor de nada tem certeza.

Quer enlaçá-la, tocá-la, senti-la,
Tão lúcida em sua loucura,
O faz questionar a realidade,
E abandonar a verdade com ternura.

"O essencial é que saiba amar"
E ele amou a ilusão que construiu,
Pois Lívia era Dulcinéia,
E assim seu mundo ruiu.

Quixote do jaleco imaginário,
Medicina nunca fora seu ofício,
Dentro do moinho de vento,
Era ele o hóspede do hospício.



II. Lívia
Autores: Luísa Müller, Luísa Guimarães e Matheus Almeida

Quando já via as coisas turvas,
Imaginava suas perfeitas curvas,
Deixava escapar em um suspiro:
"Lívia".

Queria poder mergulhar em sua loucura,
Que tanto se mistura com a doçura,
Que ela tem no olhar.

Bebe outro gole,
Sente o corpo mole,
Mas sua imagem não some.

O coração quase explode.
Pergunta-se como pode
O corpo perfeito,
O olhar doce
Guardar uma mente tão louca...
- Sanidade tão pouca

Aquela menina parecia ilusão,
Uma mera invenção,
E realmente era.



III. Lívia de Assis
Autores: Julia Florêncio, Lauris Zimmer e Nicole Pimenta

Lívia de Assis,
lanças-me um sorriso triste,
filha abandonada.
Abro a garrafa de uísque,
teus gestos lentos deixam minha alma intrigada.

Lívia de Assis,
diz-te filha de um anjo centenário,
desconfio que és igual ao pai.
Podem não te chamar Capitu, Cubas ou Sofia,
mas recebes companhia de teu imaginário.

Lívia de Assis,
por vezes penso que és Lívia de Louca
Lívia de Assis,
por vezes penso que me tornas louco.


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